Francisco Fidelis ou Francisco Luiz DE OLIVEIRA Horácio Gustavo DA COSTA Walter Oliveira DA COSTA Nelson Oliveira DA COSTA Odair Lodeiro DA COSTA Dalila DA COSTA Luiz DA COSTA Maria Helena DA COSTA Joana Idalina SANCHES Mini tree diagram

Raymunda Idalina DE OLIVEIRA

also known as Raimunda Idalina De OLIVEIRA

also known as Raymunda Oliveira COSTA

1902.09.15 - 1990.07.31

Life History

Death of son Walter Oliveira DA COSTA

Marital status unknown Horácio Gustavo DA COSTA

Marital status unknown

1902.09.15

Born in Manaus, Amazonas, Brasil

1918.12.18

Birth of son Nelson Oliveira DA COSTA in Canutama, Amazonas, Brasil

1920.__.__

Birth of son Odair Lodeiro DA COSTA in Canutama, Amazonas, Brasil

1925.__.__

Birth of daughter Dalila DA COSTA in Santos, São Paulo, Brasil

1928.__.__

Resident in Santos, Sao Paulo, Brazil.1

1928.11.20

Birth of son Luiz DA COSTA in Santos, São Paulo, Brasil

1936.04.15

Birth of daughter Maria Helena DA COSTA in Santos, São Paulo, Brasil

1937.12.31

Death of son Odair Lodeiro DA COSTA in Santos, São Paulo, Brasil

1963.11.12

Death of Horácio Gustavo DA COSTA in Ferraz de Vasconcelos, São Paulo, Brasil

1965.12.16

Death of daughter Maria Helena DA COSTA in Ferraz de Vasconcelos, São Paulo, Brasil

1971.03.15

Death of daughter Dalila DA COSTA in Ferraz de Vasconcelos, São Paulo, Brasil

1990.07.31

Died in São Paulo, São Paulo, Brasil (Hospital Santa Izabel da Cantareira, São Paulo, São Paulo, Brasil)

Senilidade e mal de parkinson.

1990.08.01

Buried in Ferraz de Vasconcelos, São Paulo, Brasil (Cemitério da Saudade, bairro do Tanquinho, Ferraz de Vasconcelos, São Paulo, Brasil.)

Other facts

 

Birth of son Walter Oliveira DA COSTA

Notes

  • Raymunda Idalina Oliveira (contribuição de minha prima Sônia Zaíra) nasceu, em 15 setembro 1902, em Manaus, Amazonas,Brasil. Aos 15 anos de idade casou-se com Horácio Gustavo da Costa.
     
    MEMORIAL DE UMA AMAZONENSE
    Era dois de setembrode mil novecentos e dois. Iniciava o século vinte e vem a este mundo uma menina nascida num seringal dentro da Floresta Amazônica. Deram-lhe o nome de Raymunda.
    Seu pai cearense havia vindo para tentar “a vida" como assim diziam os antigos nosseringais da Amazônia.
    Neste período já empregado no seringal, e extraindo látex para borracha, apaixona-se por Idalina uma das filhas da dona do seringal. Paixão impossível, contida pela lógica do pensamento racional. Mas esta paixão torna-se recíproca.
    Quantos sonhos e pensamentos, tentativas de esquecimento e fuga. Tudo é em vão e os dois enamorados decidem enfrentar tudo e todos para poderem viver esse amor.
    - “Tu estás louca Idalina, como suportarás viver naquele sertão. És moça fina de bons tratos, haverá de apaixonar-te por alguém que lhe mereça. Este seringueiro estás a te enganar, quer apenas teu dote e te deixa. Nunca consentirei com esse teu dito amor. “ Assim expressa sua mãe furiosa sonhando com o casamento da filha com alguém que lhe mereça conforme dizia. Já imaginando com a bela festa de casamento da filha onde os convidados seriam os ricos e prósperos seringueiros da sociedade amazonense especificamente os de Manaus.
    Quanta frustração vem a seguir. Idalina é firme e determinada em lutar por seu amor.
    - “Minha mãe ou me casas ou vou-me embora para o sertão o que tu preferes? “
    - “Como ousa senfrentar-me assim? “
    - “Com todo respeito que lhe mereço minha mãe. Mas vou seguir meu coração. “
    Assim, Idalina consegue seu intento e propósito e se casa indo para o sertão.
    Deste casamento lhe nascem quatro filhos. Dois homens e duas mulheres sendo a terceira filha a menina Raymunda que gosta muito de brincar com a irmãzinha mais nova.
    - “Luís acho que vais ser pai novamente, que achas? “
    - “Por mim tudo bem, preocupo-me por ti, longe de tua parentela sofres muito talvez vás ter esse filho lá com tua mãe. “
    Mas Idalina não imaginava que jamais voltaria. Lá mesmo foi enterrada, há sofrer dois dias e duas noites a dor do parto não resistiu morrendo e levando junto seu filhinho no ventre.
    Após o desenlace seu pai manda Raymunda e sua irmãzinha para Manaus para serem criadas pela avó. Os dois rapazinhos ficam para continuar a vida do seringal junto ao pai.
     
    ANOS DOURADOS
    A avó resgata o amor perdido da filha, como assim considerava pelo amor o carinho que agora dedica às duas netinhas. Compra-lhes roupas finas, joias. Fazem passeios e até professor particular contrata para as meninas serem alfabetizadas. Professor de francês também vem semanalmente a casa ministrar aulas, mas Raymunda não gostado mestre e chora dizendo para avó:
    - “Tenho medo desse homem ele tem olhos de vidro que me assustam. “
    Ela nunca virá alguém com olhos azuis cor de piscina. O mesmo era realmente um francês de olhos azuis. A menina estava acostumada apenas com rostos bronzeados, morenos do sol e da própria legitimidade da raça indígena já miscigenada.
    A avó contrariada dispensa o professor, sonhava com a neta indo para Paris, mas ... Já estava aprendendo que nem sempre tudo é como se quer.
    Certo dia a irmãzinha de Raymunda amanhece muito febril, e em poucos dias vem a falecer, apesar do "doutor" ter vindo em casa para atendê-la.
    Raymunda sofre muito ao perder sua companheirinha. Nesta época ela estava com oito anos e a irmãzinha com seis.
    As queridas tias solteiras levam Raymunda para passear, compram-lhe doces vão à doceiras, fazem de tudo para que a menina volte a se alegrar.
    O tempo passa e sua avó sofre um novo golpe. Descobre que um de seus filhos está tendo um caso com uma "mulher casada", fora dos propósitos e da criação que lhe dera. Chama atenção do rapaz e o mesmo promete não levar adiante o caso, mas desejava mesmo era fugir com a referida "senhora casada".
    Um dia uma amiga da avó de Raymunda vem lhe visitar e confessa ter visto seu filho entrar a casa da "senhora casada". Após despedirem-se, terminado o lanche ela resolve verificar o fato. Chegando a casa da “maldita” pega em flagrante os dois apaixonados. Há uma grande discussão talvez até alguns tapas e safanões. Após recompor-se volta muito mal para sua casa. Chamam o doutor, mas após três dias vem a falecer.
    A menina Raymunda agora beirando os dez anos de idade sofre sua terceira grande perda na vida.
     
    RETORNO AO SERINGAL
    Suas tias a devolvem para o pai e a menina agora vai viver no sertão, no seringal. Sofre muito de saudades da avó, das tias e da vida que levava.
    Suas joias e roupas são distribuídas para as novas irmãs. Seu pai havia constituído uma nova família e possuía mais duas filhas e um filho. As crianças chamam-se Francisca, Letícia e João, e Raymunda sentia-se uma intrusa nessa família.
    Foi muito dura essa adaptação. Levantava de madrugada para virar o forno e fazer farinha de mandioca. Não sabia fazer nada. Havia sido criada no luxo e agora era a "gata borralheira". Precisava tirar o almoço no horário certo para os peões (homens contratados pelo pai para trabalhar na extração da borracha). Se não cumprisse suas tarefas apanhava da madrasta e do pai.
    Seu irmão mais velho afeiçoou-se a irmã e tinha muita dó pelos maus-tratos que sofria.
     
    O CASAMENTO
    Raymunda já era uma mocinha com quinze anos, trabalhava muito. Certo dia seu irmão vem a ela e diz:
    - “Minha irmã tenho pena de teu sofrimento. Escute, há aqui trabalhando para nosso pai um português muito bom e esforçado, está gostando de ti. Casa-te com ele e sai deste inferno. “
    Após pensar e sabendo que era do gosto de seu pai esse casamento, ela aceita e casa-se com Horácio que possuía o dobro da idade dela.
    Continua vivendo no seringal, trabalhando e aos dezessete anos tem seu primeiro filho em no Amazonas, Canutama, num local chamado Tuxauá e lhe deram o nome de Nelson.
     
    VINDA PARA SANTOS
    Após alguns anos de trabalho percebem que os seringais começam a fracassar e possuíam umas economias. Diz Horácio:
    - “Vamos pegar o vapor e iremos embora para uma cidade chamada Santos; quando vim para o Brasil alguns patrícios foram para lá. Talvez tenhamos mais sorte. “
    Ela alegrou-se com a ideia e até sonhou:
    - “Talvez numa cidade grande eu encontre de fato um amor. “
    Instalados em Santos, Horácio consegue um emprego de motorneiro (condutor de bondes) na Cia CITY.
    Em Santos a família cresce e nascem os filhos Dalila, Walter, Odair (obs: na verdade ele nasceu em Canutama, conforme registros), Luiz e Maria Helena. Walter faleceu ainda pequenino e Odair com dezessete para dezoito anos é vítima de tuberculose contraída no serviço. Trabalhava como alfaiate. Seu patrão tocava saxofone e o mesmo interessou-se em aprender a tocar o instrumento. Usava para os ensaios o saxofone do professor, que estava doente e ninguém sabia; quando descobriu Odair também já havia contraído a enfermidade que até aquele momentoera incurável.  
    Aqui abro um parêntesis para contar o que de minha avó Raymunda me relatou: Odair morreu em Santos, depois de passar tempos internado em Campos de Jordão, São Paulo. Um pouco antes de morrer, segundo seu relato, Odair disse: “mãezinha estou vendo que os anjos que estão vindo para me levar com eles” e ato contínuo morreu. Ela sempre pensou que ele estava delirando!
    Nesta altura dos acontecimentos os familiares do vovô Horácio já estavam morando em Santos e SãoVicente. Sua mãe, bisavó Maria Augusta e os irmãos Francisco (tio Chico), Camilo e Cândida que veio a ser sogra de Aristides Petrela - Família Petrela moradora do Brooklin, Capital do Estado de São Paulo.
    A família da avó Raymunda veio também residir em Santos. Seu pai, sua madrasta, três irmãs e um irmão.
    Com tantos altos e baixos Raymunda torna-se uma mulher sofrida e muito amarga e muitas vezes talvez inconscientemente chega a ser muito má com os filhos, esposo e com ela mesma.
    Trabalha muito lavando e passando roupa para fora, quando uma patroa arranja um emprego na Beneficência Portuguesa de Santos, mas por problemas de saúde, concede a vaga para sua irmã caçula Ana que veio aposentar-se trabalhando nessa entidade.
    Por constantes problemas de saúde o médico aconselha que ela mude de Santos e vá para São Paulo pela questão de altitude já que sua pressão era muito baixa na planície costeira do mar. Como tinha um cunhado chamado Alberto esposo de sua irmã Letícia veio fazer-lhe uma visita num pequeno lugarejo chamado Ferraz de Vasconcelos, conheceram um loteamento novo denominado Romanópolis e que estava dentro das suas posses pagar as prestações. Adquirem uma chácara o que deixa vovô Horácio muito feliz, pois poderia dedicar-se a plantar árvores frutíferastais como mexeriqueiras, amoreiras, macieiras, pereiras, abacateiro, figueiras a até caramboleiras.
    Constroem um apequena casa e aventuram-se mais uma vez em uma nova fase da vida. Vovô Horácio já está aposentado.
    Aqui abro outro parêntesis: para poder sobreviver Raymunda faz duas vezes por semana balas de coco, cocadas (uma das delícias daminha infância) e casadinhos de coco com leite condensado.  Nas noites anteriores à fabricação dos docesa rotina era: quebrar os cocos maduros (as águas dos cocos eram bebidas porto dos); descascar e ralar (meu avô Horácio havia feito um ralador com uma lata grande e os furos do ralador abertos com prego); depois, usando pamos alvejantes, Raymunda torcia o coco ralado e o leite de coco era utilizado para as balas e o bagaço do coco para as cocadas e casadinhos. Tudo pronto meu avô Horácio, em seu terno- sim, ele ao sair usava terno e gravata – pegava uma mala de viagem e acondicionava os doces, pegava o trem de subúrbio para São Paulo e ia de porta em porta vender os produtos fabricados pela minha avó Raymunda.
    Minha mãe Irene durante alguns anos, na velhice de minha avó, cuidou dela, apesar das recíprocas diferenças que sempre tiveram.
    Nelson já casado, Dalila e os demais estão solteiros. Dalila vem a casar-se para agradar a mãe com o jovem farmacêutico Júlio que cuida de sua mãe.
    Novas histórias devida vão sendo construídas pelos filhos e parentes do casal Horácio e Raymunda.
    Cada filho vai constituindo sua família Nelson casa-se com Irene e tem quatro filhos, uma menina que faleceu ao nascer e os filhos Odair, Ivan, Nelson Horácio.
    Dalila casada com Júlio tem sete filhos - dois meninos e uma menina morrem ao nascer. As filhas Sonia Zaíra, Rosângela, Ana Maria, Rosaura e Dalila Nícia.
    Luiz casado com Ruth- filhos Tânia, Marcos Luiz, Márcia Leila gêmea com Mauro.
    Maria Helena casada com Emídio - filhos Giuseppe, Giuliano, Luciana. Horácio faleceu aos 75 anos.
    Aos vinte e oito anos de idade falece Maria Helena, filha caçula. Com quarenta e cinco anos deida de falece Dalila.
    Vó Raymunda sobrevive a todas essas perdas.
    Encerro essa brevena rrativa de vida e concluo para mim quanta garra teve essa mulher, quanta dor, mas apesar de tudo construiu uma linda família. Somos pessoas abençoadas,bonitas, prósperas, e também com muita garra.
    Aqui relatei partede fatos verídicos da vida de Raymunda Idalina Oliveira Costa, nascida em15.10.1902 - falecida em 31.07.1990.
    Memorial escrito porSonia Zaíra Júlio Ferreira. Em: 17/01/2007.

Sources

  • 1. Mauro Luiz Costa Family Tree

Page created using GEDmill 1.12.0.0